Quando ela era criança todo dia ia ao mesmo parque de flores que havia naquele bairro. Ali adorava observar as outras crianças brincando, mas sempre quietinha escondida atrás de uma mudinha de flores. Nessa mudinha havia muitas borboletas coloridas. A menina podia ficar ali, parada. Observando todos brincarem. Imaginando-se no lugar delas. Distraída pelo colorido que por cima de seus cabelos voavam.
A timidez tomava conta, os sonhos também. Ela podia sentir no vento um abraço forte e apertado. Era muito parecido com o que sua mãe lhe dava antes de dormir. Poderia ser ela, agora, que estava mais perto dos céus. Era gostoso.
O balanço daquele parque fazia um barulho tão agradável que ela podia cantarolar junto, e cantando se imaginava voando como um passarinho. Ele podia balançar tão alto, mas tão alto que bateria sua cabeça no céu.
Quando começou a sentir frio percebeu que o sol já havia ido descansar após um longo dia. A menina saiu de trás da mudinha de flores e agora nem o sobrevoar colorido das borboletas estavam mais lá. Era tarde e voltou para sua casa pensando:
- Amanhã eu vou voltar naquele parquinho, e se o vento me abraçar com força, vou pedir a ele que me leve naquele balanço.
E se ela só esperasse, talvez nunca soubesse qual seria a sensação de sentir o vento indo e vindo.
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